A Custódia de Belém é um ostensório português de ouro e esmalte datado de 1506 cuja autoria é atribuída a Gil Vicente. Considerada a obra-prima da ourivesariaportuguesa, foi encomendada pelo rei D. Manuel I de Portugal para a Capela Real. D. Manuel deixaria este tesouro em testamento ao Mosteiro dos Jerónimos em Belém, que fundou e escolheu para seu enterramento, juntamente com uma cruz do mesmo ourives, perdida, e a hoje chamada Bíblia dos Jerónimos. A denominação comum da custódia deriva deste facto. De estilo gótico tardio, na sua manufactura foram utilizadas 500 moedas de ouro trazidas por Vasco da Gamano regresso da sua segunda viagem à Índia em 1503, enviadas como tributo pelo régulo de Quíloa (actual Kilwa Kisiwani, na Tanzânia), que assim reconheciavassalagem ao rei de Portugal. Desde 1925 a Custódia de Belém está exposta no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Os esmaltes abundantes são um dos elementos que conferem uma beleza especial à Custódia de Belém. A sua aplicação em ronde-bosse nas imagens é de um virtuosismo raríssimo, só observável nos melhores exemplos desta arte.
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